sexta-feira, 29 de maio de 2009

PALHACINHO VERDE E LILÁS














Quadro a acrílico

25x30

ADEUS - EUGÉNIO DE ANDRADE

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mão à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.


Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!

e eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os meus olhos
eram peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.


Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.


Adeus.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

PALHACINHO AZUL













Quadro a acrílico

25x30







O QUE DIZ MOLERO - DINIZ MACHADO



Estou sentado à beira-mar, olhando o mar sem o ver. Voa no meu pensamento a dança e a contradança de lembrar e de esquecer. Não sei se vou lembrar. Não sei se vou esquecer. E enquanto sei e não sei, estou sentado à beira-mar, olhando o mar sem o ver. Na tal dança-contradança de pensar e não pensar, pressinto que vou sentir lágrimas no meu olhar. E enquanto sinto e não sinto, atiro pedras ao mar.

terça-feira, 26 de maio de 2009

FUNDO DE MAR




Quadro a acrílico


30x40


domingo, 24 de maio de 2009

MADRE TERESA DE CALCUTÁ



Tem sempre presente que a pele se enruga, o cabelo embranquece, os dias convertem-se em anos...
Mas o que é mais importante não muda;
A tua força e convicção não têm idade.
O teu espírito é como qualquer teia de aranha.



Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida.
Atrás de cada conquista, vem um novo desafio.



Enquanto estiveres viva, sente-te viva.
Se sentes saudades do que fazias, volta a fazê-lo.
Não vivas de fotografias amarelecidas...
Continua, quando todos esperam que desistas.
Não deixes que enferruje o ferro que existe em ti.
Faz com que em vez de pena, te tenham respeito.
Quando não conseguires correr através dos anos,
Trota
Quando não consigas trotar, caminha.
Quando não consigas caminhar, usa uma bengala.
Mas nunca te detenhas!!!.




FUNDO DE MAR






Quadro a acrílico

30X40












sexta-feira, 22 de maio de 2009

E POR VEZES - DAVID MOURÃO FERREIRA



E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos

quinta-feira, 21 de maio de 2009

FUNDO DE MAR



Quadro a acrílico


30x40


quarta-feira, 20 de maio de 2009

LIBERDADE - FERNANDO PESSOA

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal
Como tem tempo, não tem pressa...


Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.


Quanto melhor é quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!


Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.


E mais do que isto

É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

terça-feira, 19 de maio de 2009

FUNDO DE MAR À MINHA MANEIRA





Quadro a acrílico



Lombada larga


50X50




CÂNTICO NEGRO - JOSÉ RÉGIO

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?


Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.


Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,

Amo os abismos, as torrentes, os desertos...


Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.


Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

FUNDO DE MAR DE FAZ DE CONTA





Quadro a acrílico

50X50

Lombada larga








IF - RUDYARD KIPLING


IF you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you,
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too;
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don't deal in lies,
Or being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise:


If you can dream - and not make dreams your master;
If you can think - and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two impostors just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build 'em up with worn-out tools:


If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breathe a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: 'Hold on!'

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with Kings - nor lose the common touch,
if neither foes nor loving friends can hurt you,
If all men count with you, but none too much;
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that's in it,
And - which is more - you'll be a Man, my son!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

domingo, 17 de maio de 2009

PORMENOR DE BARCO



Quadro a óleo


73x100




PORQUE-SOPHIA MELLO BREYNER ANDRESEN




Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

PORMENOR DE BARCO



Quadro a óleo


73x100

SOB A PELE - DAVID MOURÃO FERREIRA




Por que há-de sob a pele o sangue amotinar-se
Quando apenas a pele havemos convocado
Mas quanto mais a pele a vemos sem disfarce
Mais sob a pele apela o sangue amotinado.

Quem nos faz de repente esta rampa temer
Da cópula de um dia à cúpula do dia
Por que há-de sob o sangue a alma estremecer
Se decretámos nós que ela não existia.



sábado, 16 de maio de 2009

BARCOS ANCORADOS




Quadro a óleo


100x83


A VIDA - CLARICE LISPECTOR


“Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei as mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir as minhas mãos.

Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites a chorar até adormecer, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.

Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer desaparecer.
Já menti e me arrependi depois, já disse a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta no meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já parti pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muito a falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de dizer o que penso para agradar a uns, outras vezes disse o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar a uns, já fingi ser o que não sou para desagradar a outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade...
Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já caí inúmeras vezes e achei que não me iria reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar a quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar quem eu amava.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram...

Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostrem o que esperam de mim, porque eu vou seguir o meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das ideias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.

Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Até me podem empurrar de um penhasco que eu vou dizer: - E então? EU ADORO VOAR!”



sexta-feira, 15 de maio de 2009

CARACOL EM FOLHA




Quadro a óleo


50x73


DA CONDIÇÃO HUMANA-J.C. ARY DOS SANTOS




Todos sofremos.
O mesmo ferro oculto
Nos rasga e nos estilhaça a carne exposta.
O mesmo sal nos queima os olhos vivos.

Em todos dorme
A humanidade que nos foi imposta.
Onde nos encontramos, divergimos.
É por sermos iguais que nos esquecemos
Que foi do mesmo sangue,
Que foi do mesmo ventre que surgimos.


FERRO A CARVÃO E ABÓBORA



Quadro a óleo

46x73

quinta-feira, 14 de maio de 2009

SEM TÍTULO - JOSÉ GOMES FERREIRA




Se a terra ao menos guardasse todos os corações dos mortos
e os fosse juntando ao centro do mundo
para baterem um dia ao mesmo tempo
numa catástrofe de ternura!

Mas não.
Nem já a morte
tem imaginação.






CABAÇA COM ESPIGA DE MILHO








Quadro a óleo

46x73



TUDO É SONHAR - FERNANDO PESSOA



Tudo é sonhar
dizem?
Esquecem.
Não dizem?
Dissessem.

Fazem?
Fatal.
Não fazem?
Igual.

Por quê
esperar?
Tudo é
sonhar.

FRUTO PROIBIDO






Quadros a óleo


30x40





quarta-feira, 13 de maio de 2009

ODE - RICARDO REIS



Para ser grande: sê inteiro.
Nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és no mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
brilha porque alta vive.


STAIRWAY TO HEAVEN








Quadro a óleo


47x74


É URGENTE - EUGÉNIO DE ANDRADE


É urgente o Amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor,
é urgente
permanecer.

MENINA A DESPIR-SE





Quadro a óleo

27x42

terça-feira, 12 de maio de 2009

É UM NÃO QUERER MAIS QUE BEM QUERER




És tu! És tu! Sempre vieste, enfim!
Oiço de novo o riso dos teus passos!
És tu que eu vejo a estender-me os braços
que Deus criou para me abraçar a mim!

Tudo é divino e santo visto assim ...
Foram-se os desalentos, os cansaços ...
O mundo não é mundo: é um jardim!
Um céu aberto:longes, os espaços!

Prende-me toda, Amor, prende-me bem!
Que vês tu em redor? Não há ninguém!
A terra? - Um astro morto que flutua ...

Tudo o que é chama a arder, tudo o que sente,
t
udo o que é vida e vibra eternamente
é tu seres meu, Amor, e eu ser tua!


TRAVESSIA





Quadro a óleo


73X100


PELE - DAVID MOURÃO FERREIRA


Quem foi que à tua pele conferiu esse papel
de mais que tua pele ser pele da minha pele

EXTERIOR SOLAR






Quadro a óleo


73X46




SONETO PRESENTE-JOSÉ C. ARY DOS SANTOS








Não me digam mais nada senão morro
aqui neste lugar dentro de mim
a terra donde venho é onde moro
o lugar de que sou é estar aqui.


Não me digam mais nada senão falo
e eu não posso dizer eu estou de pé.
De pé como um poeta ou um cavalo
de pé como quem deve estar quem é.


Aqui ninguém me diz quando me vendo
a não ser os que eu amo os que eu entendo
os que podem ser tanto como eu.


Aqui ninguém me põe a pata em cima
porque é de baixo que me vem acima
a força do lugar que fôr o meu.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

MULHER PENSANDO






Quadro a óleo


60X50


FLOWER POWER


Quadro a óleo
73X100
POEMA DA MINHA ESPERANÇA - SEBASTIÃO DA GAMA



Que bom ter o relógio adiantado!
A gente assim, por saber
que tem sempre tempo a mais,
não se rala nem se apressa!
O meu sorriso de troça,
Amigos!
Quando vejo o meu relógio
com três quartos de hora a mais!
Tic-tac ... tic-tac ...
(lá pensa ele
que é já o fim dos meus dias).
Tic-tac ... tic-tac ...
(como eu rio cá p'ra dentro,
desta coisa divertida:
ele a julgar que é já o resto
e eu a saber que tenho sempre a mais
três quartos de hora de vida).


QUARTO AZUL COM JANELA



Quadro a óleo

73X46

INTERIOR AZUL COM 2 MÓDULOS


Quadro a óleo
50X73

SONETO DA SEPARAÇÃO










De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente,
Fez-se de triste o que se fez amante.
E de sózinho o que se fez contente.


Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante.
De repente, não mais que de repente.



RECANTO AZUL COM MESA E 2 ESFERAS







Quadro a óleo

70X43

RAPARIGA NUA COM PLANTA





Quadro a óleo
40x40

SER POETA - FLORBELA ESPANCA










Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!



É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!



É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!



E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!