terça-feira, 23 de novembro de 2010
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Ladaínha dos póstumos Natais David Mourão Ferreira
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que se veja à mesa o meu lugar vazio
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que não viva já ninguém meu conhecido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja um verso deste livro
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que o Nada retome a cor do Infinito
em que se veja à mesa o meu lugar vazio
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que não viva já ninguém meu conhecido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja um verso deste livro
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que o Nada retome a cor do Infinito
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poema
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Reflexão heptagonal à Mulher - João Craveirinha
I - 20
No desabrochar dos vinte anos
a Mulher é perigo volátil
disfarça insegurança
na nudez do táctil e do beijo!
II - 30
No limiar dos trinta anos
a Mulher se confunde
buscando amores em Lampedusa
algures num Mar desconhecido
longe de Siracusa!
III - 40
No esplendor dos quarenta anos
a Mulher é toda fulgor
mesmo em desamor!
IV - 50
Na entrada dos cinqüenta anos
a Mulher é protetora
num total Amor!
V- 60
Na consolidação dos sessenta anos
a Mulher é decisão
não olha para trás
se conforma ou abre coração!
VI - 70
Na caminhada lúcida
dos setenta anos
a Mulher é
guardiã sábia e silenciosa
das mágoas e amores
de passados sabores
dia a dia, na saudade se anulando!
VII - 80
Num horizonte sem linha
aos oitenta anos
a Mulher
no miradouro da vida
olha o trem passando
boceja no seu canto
um bem-estar por chegar!
No desabrochar dos vinte anos
a Mulher é perigo volátil
disfarça insegurança
na nudez do táctil e do beijo!
II - 30
No limiar dos trinta anos
a Mulher se confunde
buscando amores em Lampedusa
algures num Mar desconhecido
longe de Siracusa!
III - 40
No esplendor dos quarenta anos
a Mulher é toda fulgor
mesmo em desamor!
IV - 50
Na entrada dos cinqüenta anos
a Mulher é protetora
num total Amor!
V- 60
Na consolidação dos sessenta anos
a Mulher é decisão
não olha para trás
se conforma ou abre coração!
VI - 70
Na caminhada lúcida
dos setenta anos
a Mulher é
guardiã sábia e silenciosa
das mágoas e amores
de passados sabores
dia a dia, na saudade se anulando!
VII - 80
Num horizonte sem linha
aos oitenta anos
a Mulher
no miradouro da vida
olha o trem passando
boceja no seu canto
um bem-estar por chegar!
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Poema-tributo
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
terça-feira, 31 de agosto de 2010
domingo, 29 de agosto de 2010
Sá de Miranda
Comigo me desavim,
Sou posto em todo o perigo.
Não posso viver comigo
Nem posso viver sem mim
Sou posto em todo o perigo.
Não posso viver comigo
Nem posso viver sem mim
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Canibala dos momentos azuis
Eu ando a devorar os momentos azuis hoje
Hoje os momentos azuis eu ando a devorar
A devorar ando eu hoje os momentos azuis
Os azuis momentos eu ando hoje a devorar
Ando a devorar eu os azuis momentos hoje
Eu hoje os momentos azuis ando a devorar
A devorar eu hoje ando os momentos azuis
Os azuis momentos hoje eu ando a devorar
E não vou provar nenhum momento de outra cor hoje,
as misturas podem-me fazer mal e não quero uma digestão colorida...
Hoje os momentos azuis eu ando a devorar
A devorar ando eu hoje os momentos azuis
Os azuis momentos eu ando hoje a devorar
Ando a devorar eu os azuis momentos hoje
Eu hoje os momentos azuis ando a devorar
A devorar eu hoje ando os momentos azuis
Os azuis momentos hoje eu ando a devorar
E não vou provar nenhum momento de outra cor hoje,
as misturas podem-me fazer mal e não quero uma digestão colorida...
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poema meu
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Envelhecer - Bastos Tigre
Boa noite, velhice, vens tão cedo!
Não esperava, agora, a tua vinda.
Eu tão despreocupado estava, ainda,
Levando a vida como num brinquedo…
Tens tão meigo sorriso e um ar tão ledo;
Nos teus cabelos como a prata é linda!
Ao meu teto, velhice, sê bem-vinda!
Fica à vontade. Não me fazes medo.
E ela assim me falou, em tom amigo:
- Estranha me supões, mas, em verdade,
Há muito tempo que, ao teu lado, eu sigo.
Mas, da vida na estúrdia alacridade,
Não me viste viver, seguir contigo…
Eu sou, amigo, a tua mocidade.
Não esperava, agora, a tua vinda.
Eu tão despreocupado estava, ainda,
Levando a vida como num brinquedo…
Tens tão meigo sorriso e um ar tão ledo;
Nos teus cabelos como a prata é linda!
Ao meu teto, velhice, sê bem-vinda!
Fica à vontade. Não me fazes medo.
E ela assim me falou, em tom amigo:
- Estranha me supões, mas, em verdade,
Há muito tempo que, ao teu lado, eu sigo.
Mas, da vida na estúrdia alacridade,
Não me viste viver, seguir contigo…
Eu sou, amigo, a tua mocidade.
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poeta brasileiro
terça-feira, 13 de julho de 2010
Navegar - Fernando Pessoa
Navega, descobre tesouros,
mas não os tires do fundo do mar, o lugar deles é lá.
Admira a Lua, sonha com ela,
Mas não queiras trazê-la para Terra.
Goza a luz do Sol, deixa-te acariciar por ele.
O calor é para todos.
Sonha com as estrelas, apenas sonha, elas só podem brilhar no céu.
Não tentes deter o vento, ele precisa correr por toda a parte,
ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.
Goza a luz do Sol, deixa-te acariciar por ele.
O calor é para todos.
As lágrimas? Não as seques, elas precisam correr na minha,
na tua, em todas as faces.
O sorriso! Esse deves segurar, não o deixes ir embora, agarra-o!
Quem amas? Guarda dentro de um porta jóias, tranca, perde a chave!
Quem amas é a maior jóia que possuis, a mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda, se o século vira
conserva a vontade de viver, não se chega a parte alguma sem ela.
Abre todas as janelas que encontrares e as portas também.
Persegue o sonho, mas não o deixes viver sozinho.
Alimenta a tua alma com amor, cura as tuas feridas com carinho.
Descobre-te todos os dias, deixa-te levar pelas tuas vontades,
mas não enlouqueças por elas.
Procura! Procura sempre o fim de uma história, seja ela qual for.
Dá um sorriso aqueles que esqueceram como se faz isso.
Olha para o lado, há alguém que precisa de ti.
Abastece o teu coração de fé, não a percas nunca.
Mergulha de cabeça nos teus desejos e satisfá-los.
Agoniza de dor por um amigo, só sairás dessa agonia se
conseguires tirá-lo também.
Procura os teus caminhos, mas não magoes ninguém nessa procura.
Arrepende-te, volta atrás, pede perdão!
Não te acostumes com o que não te faz feliz,
revolta-te quando julgares necessário.
Enche o teu coração de esperança, mas não deixes que ele se afogue nela.
Se achares que precisas de voltar atrás, volta!
Se perceberes que precisas seguir, segue!
Se estiver tudo errado, começa novamente.
Se estiver tudo certo, continua.
Se sentires saudades, mata-as.
Se perderes um amor, não te percas!
Se o achares, segura-o!
Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala.
“O mais é nada".
mas não os tires do fundo do mar, o lugar deles é lá.
Admira a Lua, sonha com ela,
Mas não queiras trazê-la para Terra.
Goza a luz do Sol, deixa-te acariciar por ele.
O calor é para todos.
Sonha com as estrelas, apenas sonha, elas só podem brilhar no céu.
Não tentes deter o vento, ele precisa correr por toda a parte,
ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.
Goza a luz do Sol, deixa-te acariciar por ele.
O calor é para todos.
As lágrimas? Não as seques, elas precisam correr na minha,
na tua, em todas as faces.
O sorriso! Esse deves segurar, não o deixes ir embora, agarra-o!
Quem amas? Guarda dentro de um porta jóias, tranca, perde a chave!
Quem amas é a maior jóia que possuis, a mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda, se o século vira
conserva a vontade de viver, não se chega a parte alguma sem ela.
Abre todas as janelas que encontrares e as portas também.
Persegue o sonho, mas não o deixes viver sozinho.
Alimenta a tua alma com amor, cura as tuas feridas com carinho.
Descobre-te todos os dias, deixa-te levar pelas tuas vontades,
mas não enlouqueças por elas.
Procura! Procura sempre o fim de uma história, seja ela qual for.
Dá um sorriso aqueles que esqueceram como se faz isso.
Olha para o lado, há alguém que precisa de ti.
Abastece o teu coração de fé, não a percas nunca.
Mergulha de cabeça nos teus desejos e satisfá-los.
Agoniza de dor por um amigo, só sairás dessa agonia se
conseguires tirá-lo também.
Procura os teus caminhos, mas não magoes ninguém nessa procura.
Arrepende-te, volta atrás, pede perdão!
Não te acostumes com o que não te faz feliz,
revolta-te quando julgares necessário.
Enche o teu coração de esperança, mas não deixes que ele se afogue nela.
Se achares que precisas de voltar atrás, volta!
Se perceberes que precisas seguir, segue!
Se estiver tudo errado, começa novamente.
Se estiver tudo certo, continua.
Se sentires saudades, mata-as.
Se perderes um amor, não te percas!
Se o achares, segura-o!
Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala.
“O mais é nada".
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poema
segunda-feira, 5 de julho de 2010
quinta-feira, 10 de junho de 2010
terça-feira, 25 de maio de 2010
quinta-feira, 15 de abril de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
ETERNO ANTÓNIO GEDEÃO
Os meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.
Nas ruas ou nas estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente.
Inútil seguir vizinhos,
que ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D.Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.
E é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.
Nas ruas ou nas estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente.
Inútil seguir vizinhos,
que ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D.Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.
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A realidade é o que um homem quiser....
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
SOLIDÃO de Chico Buarque de Holanda
Solidão não é a falta de gente para conversar,
namorar, passear ou fazer sexo...
Isto é carência!
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência
de entes queridos que não podem mais voltar...
Isto é saudade!
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe,
às vezes para realinhar os pensamentos...
Isto é equilíbrio!
Solidão não é o claustro involuntário que o destino
nos impõe compulsoriamente...
Isto é um princípio da natureza!
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...
Isto é circunstância!
Solidão é muito mais do que isto...
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos
e procuramos em vão pela nossa alma.
namorar, passear ou fazer sexo...
Isto é carência!
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência
de entes queridos que não podem mais voltar...
Isto é saudade!
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe,
às vezes para realinhar os pensamentos...
Isto é equilíbrio!
Solidão não é o claustro involuntário que o destino
nos impõe compulsoriamente...
Isto é um princípio da natureza!
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...
Isto é circunstância!
Solidão é muito mais do que isto...
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos
e procuramos em vão pela nossa alma.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
CAIXA DE CHÁ EM CINZA/PRATA/BRANCO
Esta caixinha foi oferecida a alguém por quem tenho uma grande estima e que me pareceu ter gostado bastante. Fiquei bem contente! É bom dar a quem sabe apreciar!
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