segunda-feira, 6 de julho de 2009
SONETO - LUIS DE CAMÕES
Vós, que de olhos suaves e serenos,
Com justa causa a vida cativais,
E que os outros cuidados condenais
Por indevidos, baixos e pequenos;
Se ainda do Amor domésticos venenos
Nunca provastes, quero que saibais
Que é tanto mais o amor depois que amais,
Quanto são mais as causas de ser menos.
E não cuide ninguém que algum defeito,
Quando na cousa amada se apresenta,
Possa diminuir o amor perfeito;
Antes o dobra mais; e se atormenta,
Pouco e pouco o desculpa o brando peito:
Que Amor com seus contrários se acrescenta.
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Mudam-se os tempos,
não se muda o amor
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